segunda-feira, 28 de março de 2016

Promoção relâmpago

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Abraços,
Jorge Barboza

domingo, 20 de março de 2016

Azura

Aquele dia podia ser mais um como os outros tantos no Vale da Morte, passando em brancas nuvens no poente amarelado pelo sol maneiro do outono, principiando o inverno, mas começara errado. O homem das chaves estava atrasadíssimo com seus estalos e cores de carruagem. As serpentes que habitavam à arvore onde Azura estava descansando, foram tomar o desjejum sem ela. Isso era o fim para ela. Azura não gostava de ser deixada para trás mesmo com explicações.
A mulher sentiu um desconsolo de saudade como se faltasse algo. Família, pensou. Família, conclui. Estava tão longe e ausente. Foi quando sentiu aquele perfume maravilhoso vindo do norte, girando em um redemoinho roxo. Isso era um sinal que sua sorte estava mudando. Viu de longe um corvo solitário voando e depois encontrou outro no pântano em frente da ponte. E lembrou das plantações da sua infância, da fazenda arrodeada de milharais que eram protegidos dessas pragas com um espantalho. Das ovelhas subindo as montanhas verdes e ela correndo para ver com um gostoso pão com sabor de muito obrigado. Soltou um sorriso imenso, pois as lembranças lhe sorriram tranqüila a alma. Estava pronta para começar de novo e quem sabe até voltar à civilização.
            Sua mestra teria chegado? Não! Sua mestra tinha ido definitivamente morar com a deusa Lilith nas entranhas sagradas da velha terra, onde poucos sabiam ir ou mesmo imaginavam existir.
- Porque logo agora? Inconsolável Azura perguntava-se olhando a si no espelho preso a sua nova escova de metal.
As serpentes retornaram mansamente ao ninho trazendo uma maçã grande e madura. Sem jeito, Azura agradeceu, terminou de prender os cabelos com galhos e flores, e lentamente comeu a maçã. Notou o redemoinho roxo ainda parado em certa parte descampada do Vale da Morte e resolveu ir lá. Com certeza aquilo não era só um sinal. Quem sabe uma mensagem mágica de sua mestra? As serpentes impediram sua saída, pois ainda não havia vestido a longa capa de azul noturno.
Antes que se zangasse, Azura ouviu o silêncio ser substituído por um barulhinho bom, um chiado de sinos, de chaves num famoso molho. Sim! Era o Danilo com suas mercadorias e tesouros numa carroça cigana, e no pescoço um cordão dourado de mil chaves.
Danilo ao contrário de todos na região, não tinha medo de passar durante o dia pelo Vale da Morte. Ele conhecia muitas coisas, sabia de trás para frente e de frente para trás o caminho seguro no Vale da Morte, e isso era o suficiente para seguir em paz pelo vale sem armadilhas durante os dias. Com certeza, como diziam os mais velhos, ele herdara isso de seu avô espanhol,junto com as chaves.
Ninguém, além de Azura, ficava tanto tempo e tão bem naquele lugar mesmo no fim da tarde, pois o Vale da Morte era assim conhecido por sua centena de mortos e almas penadas... Um lugar lindo, cheio de beleza de plantas longas, flores delicadas, morros moldados pelo vento, águas claras e silencio conciliador, de se olhar a distancia, pois de perto, bem perto era um grande labirinto de arvores com grandes ninhadas de cobras e morcegos, poços de areia movediça, águas escuras, paradas e profundas, cheias de piranhas e crocodilos.
Azura contrariada vestiu seu manto, se despediu sorrindo das serpentes no ninho, olhou para os lados, não viu mais o homem das chaves no caminho, nem ouviu seu barulhinho bom, desceu rápido da arvore, andou-andou, correu até o descampado e perdeu o redemoinho roxo.
Sentiu uma tristeza tão grande. O coração estava apertado. Chorou, chorou até que do mato surgiu uma borboleta lilás que a circulou e partiu. Azura voltou a sorrir, olhou para o chão, viu um rastro de chaves e ficou apavorada.
- Será que aconteceu algo com o Danilo?
Azura chamou as serpentes com um assovio e continuo andando, seguindo o rastro e pensando, pois não há mau feitores por aqui. Será que? Minha deusa! Ela gritou baixinho e passou a mão pelo rosto enquanto imaginava o pior. Não demorou muito e todos no Vale da Morte ficaram sabendo da procura de Azura pelo dono das chaves.
Passou-se um dia, uma noite e outro dia. E nada. Azura nunca soube ao certo o tamanho do Vale da Morte, mas agora tinha certeza era muito grande e complexo, cheio de costas e reentrâncias, de lagos e cachoeiras, uma floresta com certeza e uma incerteza: onde estava o homem das chaves. Nenhum bicho sabia dizer, nem planta, nem fantasma, nem coisa alguma. Só aquele imenso rastro que agora terminava em frente da fronteira do vale com um novo vilarejo na beira do carroção cigano.
Por alguns instantes teve medo, estava respirando muito curto, com as mãos tremulas suava frio, tremia amarela, pois podia haver gente na rua, inquisidores e adoradores do cordeiro. O silêncio torcia. Azura pediu as serpentes que acompanhavam que ficassem a espreita, pois quando precisasse bateria um dos pés. Foi caminhando e olhando tudo, não encontrou gente na rua, só uma bandeira negra no mastro da praça. Ouviu um pigarrear forte de dentro de um sobrado amarelo e viu gente se escondendo.
Parou, respirou fundo e voltou para trás. Alguém olhou pela fresta e reconhecendo-a abriu uma porta. Ela calmamente girou um dos dedos, tirou das costas o colar de mil chaves que deixou no chão e fugiu.
De volta a floresta bateu um pé no chão, as serpentes não vieram em seu socorro, bateu mais uma vez e outra vez. Desesperada ela começou a chorar compulsivamente, chorou-chorou e foi abrindo um buraco na terra, uma cova grande e de lá surgiam as mais coloridas pedras, das pedras surgiram cintilantes luzes. E das luzes surgiu uma pequena boiúna sonolenta ainda.

Azura se acalmou com isso e percebeu que estavam muito longe do solo fértil coberto de vida, gramas e arvores, céu amarelo de brancas nuvens, regatos e cachoeiras. Podia tocar uma raiz inteira e conversar com as minhocas, pois estava num lençol de águas límpidas. Não era mais gente, nem serpente, era só uma pedrinha lilás que mais tarde um homem transformaria em pingente de uma corrente e chamaria de Ametista.

Jorge Barboza

Escritor e Colunista Social

quinta-feira, 10 de março de 2016

A loucura de Nancy

Quando comecei a escrever efetivamente foi o teatro que encheu minhas ideias e minhas estantes. Lia alucinadamente Shakespeare, Brecht, Nelson Rodrigues, Renata Pallottini, Chico Buarque & Ruy Guerra. As palavras jorravam passando por mim e a loucura era um obstáculo que gerou o seguinte texto de meu livro “Barbozeira: Antologia Textual”:
Gritando no corredor principal, como caminhando pela rua, vem um homem com vários sacos, saias, aparência estranha. Seu olhar é de extrema dualidade, sátira e ódio juntos. Olha uma mulher lavando a louça e começa a gritar:
– Troca-se moedas velhas por novas! Troca-se moedas velhas por novas!
            A mulher para, pega uma velha moeda no bolso do avental, por uns instantes deslumbra a ideia louca de troca, enquanto o homem no meio da plateia se apresenta:
– Toda história quando os vilões não morrem, me usam para castigá-los.  Quem sou eu? Quem sou eu? (pergunta para si) Quem eu sou? Loucura! Sou a mesma de ontem, presente no hoje, e que não morre no futuro do amanhã! Devem estar se perguntando por que não sou uma mulher como o nome sugere. A lógica não se aplica aqui. Tenho estilo! Mas hoje será a minha vingança a todos autores que me utilizaram mal. Não serei o vilão! Mas o prêmio aos heróis. Troca-se moedas velhas por novas! Troca-se moedas velhas por novas! Troca-se moedas velhas por novas!
            A mulher chama a loucura para si:
– Senhor, senhor aqui!
– Quer trocar sua moeda velha por uma nova?
– Sim, por favor.
 – Tem certeza, ela pode lembrar de algo importante que viveu você?
Nancy respira profundamente e responde:
– É verdade, mas como as águas debaixo de uma ponte... Passou.
– Tem certeza?
 – Sim, vamos deixar os mortos dormir em paz.
 – Quando falamos em mortos, é que sua lembrança é forte, isso é uma fuga interessante...
– Não é fuga, não há vida após a morte e leve essa moeda daqui!
 – É verdade! Mas de médico e louco todo mundo tem um pouco!
– O que?
            Uma jovem alegre, entra nesse momento no salão, onde estranha ver a amiga Nancy falando sozinha, preocupada se dirige a ela com delicadeza:
– O que está fazendo Nancy?
– Não vê que estou falando com esse mendigo.
 – Que mendigo?
– Esse homem a minha frente, de trajes pobres.
– Calma, está cansada por causa de estar trabalhando muito!
Nancy responde irritada:
– Helen! Não estou cansada, preste atenção! Não vê esse trapo humano!
            A loucura move a cabeça negativamente, então golpeia Nancy, de tal modo que ela fica zonza e cai... Loucura sai sem deixar rastros enquanto Nancy se ergue num salto e grita:
– Maldito volte aqui se for homem, venha que eu te corto!
– O que isso amiga? Vamos entrar eu vou chamar um médico.
– Helen, você não vê, que eu fui atacada por aquele homem e nem sei por quê?
– Bem qualquer um que fosse chamado de mendigo, trapo, com certeza reagiria, mesmo que pedindo ajuda.
            Elas saem e a loucura volta com seu discurso...

– Quem é mais louca aquela que acredita no que vê ou aquela que acredita entender tudo? Troca-se moedas velhas por novas! Trocas moedas velhas por novas! Troca-se moedas velhas por novas!


Jorge Barboza

Escritor e Colunista Social

quarta-feira, 9 de março de 2016

Black Friday dos livros de JORGE BARBOZA

Há três anos, seguindo a tradição dos grandes nomes do comércio online brasileiro, o Clube de Autores vem participando do Black Friday. Com descontos agressivos, que chegam a até 35% nos livros impressos, desde então o evento tem sido um sucesso maior a cada ano. Tão grande que, desde o seu início, nossos usuários sempre nos pediam uma segunda promoção semelhante no primeiro semestre.
E é com alegria que lhe informamos que entre os dias 09 e 16 de março, meus livros impressos serão vendidos com até 35% de desconto. Não perca essa oportunidade de comprar com preços únicos: "Eros e Psiquê"; "Barbozeira: Antologia Textual"; "Sexar: verbo Transitivo Direto". Outra dessa, só no próximo ano!
Abraços,
Jorge Barboza
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terça-feira, 8 de março de 2016

Feliz Dia da Mulher - 8 de Março

"O destino da mulher é ser Mulher".
(Clarice Lispector)

"Ser mulher é algo difícil, já que consiste
basicamente  em lidar com homens".
(Joseph Conrad)

Pense bem nisso e tenha um Feliz Dia da Mulher!