sábado, 23 de abril de 2016

23 de Abril - Salve Jorge!!!


Ó São Jorge, meu Santo Guerreiro, invencível na fé em Deus,
que trazeis em vosso rosto a esperança e a confiança,
abri meus caminhos. Eu andarei vestido e armado com vossas armas
para que meus inimigos, tendo pés, não me alcancem; tendo mãos,
não me peguem; tendo olhos, não me enxerguem;
nem pensamentos possam ter para me fazerem mal.
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, flechas e lanças se quebrarão
sem a meu corpo chegar, cordas e correntes se arrebentarão
sem o meu corpo amarrar. Glorioso São Jorge, em nome de Deus,
estendei vosso escudo e vossas poderosas armas,
defendendo-me com vossa força e grandeza. Ajudai-me a superar todo desânimo
e a alcançar a graça que Vos peço (fazer aqui o seu pedido).
Dai-me coragem e esperança, fortalecei minha fé e auxiliai-me nesta necessidade.
Rezar um Pai-Nosso e uma Ave-Maria e fazer o sinal da cruz.
Disponível em: <http://oracaodesaojorge.com/> Acesso em: 23 mar. 2016.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Resiliência

           Quando finalmente apagou as velas de seu candelabro, a rainha não dormiu, sentia falta de algo, não era o breu nem era o silencio. Virava de um lado a outro na sua memória, o caminho era difícil até Branca de Neve. Quando o rei morreu, a soberana enfrentou algumas dificuldades, mas a enteada deu-lhe toda credibilidade. Com isso, o povo e os nobres acabaram respeitando-a e os clericais com seus narizes tortos por fim também. A moça sempre fazia o que a rainha pedia, mesmo nas últimas horas do dia ou com os primeiros raios solares. O que serviçais demoravam ou enrolavam muito a fazer, Branca de Neve com criatividade fazia com brevidade. As refeições eram serenas.
            Com o passar dos anos, a rainha e sua princesa mudaram para um castelo menor com cinco serviçais de intensa dedicação e confiança. Pois o velho castelo tinha fantasmas de guerra e um luxo trabalhoso de se cuidar. Um local muito abafado e sombrio para duas damas. O novo castelo era um sonho de menina resultado de tratados econômicos e da paz da região. O reino duplicava seus ganhos e suas produção à todos.
Silencioso e de longe por outras molduras passeava o espelho mágico guardando o que há de bom em si. O caçador nunca o enganará nem a rainha também.
      O que mais incomodava a soberana dessas lembranças de prosperidade ainda aproveitadas era o último pedido de Branca de Neve: a clemência da rainha.  Era tarde em sua memória, o sol iluminava tudo em tons de sépia, a rainha se transfigurava em velha bruxa corcunda, vestia um surrado manto roxo, trazia na mente um ódio incalculável e numa das mãos uma cesta palha cheia de maçãs. Parou na frente da casa dos sete anões, esperou muito tempo por isso. A floresta que até ali era todo barulho silenciou, calou-se para um prelúdio. A rainha disfarçou sua voz e quando tentava dar a segunda batidinha na porta foi logo convidada a entrar e a aguardar.
A moradora ajeitava incessantemente uma cortina nas janelas da sala. Branca de Neve tinha um pano protegendo os cabelos e as roupas desgastadas pelo trato da casa.  A casa toda estava um brinco. Branca de Neve estava suja, muito suja e desalinhada por isso. Nem de longe nem perto lembrava uma princesa. Não reclamava de nada, fazia gosto em receber a visita, serviu-lhe água, fez bolinhos de chuva e um cafezinho fresquinho para seus divertimentos de fim de tarde. As duas contavam historias do passado e do presente como velhas amigas. A princesa comprou até umas maçãs para ajudar a pobre velhinha a sua frente. Não precisa de nada. Já estava acostumada a ser submissa.  Faltava-lhe astúcia.
A rainha ainda disfarçada e grata ofereceu-lhe um presente dizendo:
- Tome, meu bem, uma maçã mágica...
Ingênua, a princesa, respondeu:
- Não vai fazer-lhe falta?
- Não, meu bem, vejo que precisa mais do que eu (estava sendo sincera). Pense bem forte o que mais deseja dessa vida. Você é jovem deve ter um sonho secreto. Um amor proibido...
- Eu não sei se devo...
- E só dar uma mordidinha nesta maça mágica é pronto.
- Isso vai fazê-la feliz?
- Isso não importa agora, meu bem, peça de uma vez...
- Está bem, eu desejo que a minha madastra, a minha rainha, me perdoe toda inveja que alimento dela, de sua candura, de sua beleza e de sua inteligência...
            Depois de seu pedido, Branca mordeu e engoliu a maçã tão rápido que a soberana não pode impedí-la aceitando as suas desculpas. Não pode ver onde foi parar o resto da maça enquanto segurava à morta, pedindo desculpas, prometendo um novo tempo, falando de sua vergonha e de sua gratidão tardia. Não havia nada a fazer ali. A rainha deitou a princesa delicadamente no sofá jurando que descobriria uma cura para seu mal. A maçã resolveu esconder-se atrás de um dos moveis da cozinha e a floresta foi coberta de neve de repente. A natureza anunciava sua solidariedade.
A rainha chorando muito e descontrolada voltou a sua jovialidade normal. Correndo alcançou ao castelo. Despencou as masmorras. Revirou horas a fio consultando seus livros de magia e só encontro uma solução para a vida perdida: um primeiro beijo de amor. A fome não lhe incomodava nem a sede. Não tinha cabeça para isso. Pensou em se matar e assumir toda culpa do mundo. Primeiro tinha que cuidar dos pobres e desafortunados. Devia escolher um novo governante sério e honesto. Esqueceu-se de seu principal escudeiro: o espelho mágico. E foi ter a madrugada pela primeira vez como conselheira. Talvez uma bruxa do oeste ou uma fada? Foi assim que cansada e desgastada fechou os olhos para turbulentos pesadelos.
O sol deu descanso para a rainha com nuvens cinzas e raios distantes. A rainha despertou tarde e muito abatida. Era sexta-feira, havia diligencias urgentes: a nevasca surpreendeu os plantadores e os criadores; toda água do reino amanheceu congelada; mercadores e compradores chegavam depois do almoço; e populares aguardavam audiências no fim da tarde.
A soberana tentou se acordar sem água, arranjou-se com um pouco de colônia, arrumou-se lentamente com ajuda de uma serviçal, não queria, mas teve que embonecar-se para disfarçar as profundas olheiras, a cabeça ainda tonta, o estomago que remexia muito, sentiu uma fraqueza de ter tremedeira, comeu uma maçã e lembrou-se desapontadamente de seu crime na tarde passada.
Antes que todos soubessem a rainha mandou uma patrulha para a floresta com um médico dentista até que pudesse contar a verdade e se preparar para um julgamento público. Ela trabalhou, trabalhou, almoçou tarde, trabalhou novamente e trabalhou mais até que veio a boa noticia: Branca de Neve sofreu um atentado, mas resistira com ajuda de um príncipe. Ele não usou de traqueostomia, mas de um beijo que aspirou ao que fechava a glote da princesa. Por que a rainha não pensou nisso antes, agora era hora de comemorar e prepare-se para uma conversa sincera e conciliadora que não inspirou muitas histórias, mas valia todo esforço para mudar o amanhã do reino e seus moradores.

Jorge Barboza
Escritor e Colunista Social

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Jorge Barboza fala com a MKK Web TV!


MKKWEB TV apresenta hoje a cobertura da Feira Mística "Anjos da Luz" às 23 hs
Programa "Planeta Zen" buscando as palavras das pessoas e sua filosofias por um mundo melhor, apresentação Markko Mendes.
Conecte-se: www.mkkwebtv.com.br



domingo, 10 de abril de 2016

Feira Mística Anjos da Luz 09-04-2016

O escritor Jorge Barboza e o paranormal (e metafísico) Elias Luiz Bispo IV.

Os paranormais Iyá Vanju e Bispo IV.

O escritor Jorge Barboza e a paranormal (e Ialorixá) Iyá Vanju.

"Muito bom rever os novos e os velhos amigos"!

Na Célula de Deus

Você já reparou como nossos destinos são governados por outros, sem desistir, mas crescer – isso não era uma das frases daquele montão de papeis espalhados na escrivaninha, mas um labirinto que levava a moça a olhar para o céu arroxeado de poucos brilhantes piscando e uma lua branquinha em forma de sorriso de Ísis que também não estava descrito nas cartas.
Tudo acontece por um motivo. Quando criança, a moça pediu ao pai que fosse para sempre livre e selvagem para correr com os cães de caça e nunca, nunca se casar e se cansar. Há muito não tinha tempo ou espaço para si, cuidava por demais dos outros. Começou assim com a mãe, depois o pai viúvo, o marido bêbado, os ingratos filhos gêmeos e por fim com a morte de seu amado inimigo, cuidou da chorosa sogra.
A moça se tornou assim uma excelente sobrevivente, uma mulher perfeita ou quase, se não fosse um rasgo no peito esquerdo que ao acordar de cada novo dia se encolhia feito caracol nos lençóis floridos. Era por isso que a moça olhava, olhava muito para o horizonte e via um quase sol, um quase dia e um quase rio de lágrimas encharcando o rosto, ela decidia não falar, mas pensava alto: “Hoje e só hoje eu não vou sofrer”. Promessa que sempre fazia e de forma muito agradável acabava cumprindo sem ajuda de ninguém. Ainda na cama de flores com cheirinho de mato e véus translúcidos de pétalas, não levava a mão ao coração, mas fechava e abria os dedos por três vezes. A metade em sua vida agora era o que tinha de melhor.
Finalmente e devagar a moça levantava-se, vagarosamente girava os olhos ampliando o mundo, ouvia de longe um tico-tico, lá para bandas da roseira, imaginava a cena, o pássaro tomando um longo banho entre rosas vermelhas gotejando orvalho, sabonete de erva doce numa das asas e uma toalha rendada na terra. Ela ria da bobagem. Desviava do primeiro espelho no caminho, virando a esquerda na porta aberta em frente ao guarda roupa de canto e reparava no banheiro frio. Aros e dobradiças metalizados, azulejos antigos, cortinas e toalhas alvas, privada e bidê rosa, carpete fosco, lixo comum, pia fria cheia de pequenos vidros de perfume e uma torneia resmungando água. A moça pintava os olhos com algumas gotas balbuciadas pela torneira, sorria e sentia um incomodo acima do umbigo.
- Corre-corre pra cozinha – gritou o estomago barulhento, pois a moça estava só na casa.
Já na cozinha, ela encheu a chaleira para ferver hortelã, melissa e camomila. Oh belezura! A fruteira cacheada brilhava com cenouras, batatas, beterrabas, mexericas, bananas, maças, alfaces e uvas. Um aroma tão misturado que a moça lançou distante um suspiro e um olhar profundo, viu a rede me balança do outro lado e nada acontecia nesse mundo. A moça apanhou na mesa uma maça, partiu-a ao meio, caminhou para rede, sentou, depois recostada sentiu umas areias nos olhos, um boquejo tão gostoso que não teve jeito cochilou e sonhou.
Sonhou que tinha ainda os dois seios, era grega, pois vestia uma túnica curta e louros nos cabelos. Nas ruínas de um templo nas montanhas presenciava uma reunião de bichos, guerreiras e sua deusa de devoção. Ártemis como sempre era a mais impetuosa erguia o arco e as flechas acima da cabeça e dizia: “não sejam com as mulheres de Athenas que podem morrer por seus maridos e filhos, mas jamais podem viver por elas mesmas”. Nesse momento as rãs partiram e com elas, os cães, as pombas brancas e cotovias. Será que era isso que a moça queria para si e para o resto vida? Foi saindo seguindo o caminho dos bichos e teve a morte como conselheira. Sim! A morte, aquele mulher espetacular de longos cabelos dourados, olhar penetrante verde, seios fartos amarrados por fitas brancas, pele bronzeada e cercada de jóias prateadas talhadas como galhos de vinhedo sem frutas, unhas limpas, saia roxa e longa. Sempre estava à esquerda dos homens. Vinha flutuando no céu laranja, parando as nuvens e os bichos do caminho. Primeiro foram as pombas brancas e cotovias que acenavam com as asas abertas, depois os cães e as rãs que se curvavam gentilmente. A morte sorriu sem uma foice. Chamava-se Thanatos e agora estava bem em frente à moça que se tornou rubra. A moça tirou os louros da cabeça. Os bichos cercaram a morte. A moça tirou a túnica curta. A morte fingiu cobrir os olhos. A moça segurou os seios e tampou o sexo. A morte fechou os lábios, tirou do alto da cabeça uma coroa de rubis e o céu escurece. Um espelho enorme com moldura com rãs nas bases, aves no alto ligados pelos cães no meio surgiu no seu lugar em frente a moça com os seguinte dizeres: O que fazemos na vida ecoa na eternidade das células de Deus. A vida é um rio caudaloso e a morte é uma das curvas deste rio. Conheci a ti mesmo, pois o que é mais importante é viver. Mesmo sem um braço, uma perna, um pulmão ou um seio. Você é muito mais que isso, você é uma filha do amor de seu pai com sua mãe nas células de Deus...
Foi então que a moça acordou sorrindo, olhou tudo a sua volta, depois para o corpo que tinha e para o barulhinho bom que vinha da cozinha. A chaleira cantarolava um cheiro gostoso. Saiu da rede e correu para o espelho que estava no meio da sala, ergueu os cabelos com as mãos e sorriu mais ainda, pois lá ainda tinha os dizeres da morte e ela não era mais só a metade e só o quase, não era perfeita, mas era uma promessa que sempre fazia e de forma muito agradável acabava cumprido sem ajuda de ninguém.

Jorge Barboza

Escritor e Colunista Social

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Promoção Relâmpago!!!


Você viu que estamos com uma Promoção Relâmpago no ar? De 04/04 a 08/04, todos os livros impressos terão até 20% de desconto! :-) Se eu fosse você eu daria uma olhadinha no que tá rolando em: http://clubedeautores.com.br/book/192202--Eros_e_Psique

domingo, 3 de abril de 2016

Primeiro Livro de Fatima Bessa


Vamos conhecer mais sobre cultura cigana, com alguns textos assinados por mim, veja em:
https://clubedeautores.com.br/book/204592--Entrefotos_Cultura_Cigana