quinta-feira, 24 de novembro de 2016
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Black Friday
O Black Friday já se tornou uma tradição no Brasil e o Clube de Autores com Jorge Barboza não poderiam ficar de fora, né? Pois de 21/11 até 28/11 todos os livros impressos do Clube serão vendidos com até 40% de desconto!
Não perca essa chance única de comprar nossos livros com descontos exclusivos! A promoção já está no ar e vai até o final mês. Confira aqui - http://clubedeautores.com.br/book/215374--Essas_Mulheres?topic=literaturanacional#.WDOjweYrLIU. e aproveite!!
domingo, 20 de novembro de 2016
Regiane
Hoje
eu acordei com fome e lembrei de uma das minhas melhores amigas da vida:
Regiane.
Ela
apareceu em minha vida como uma Pocahontas com “as cores do vento” e acabou se
tornando uma Mulan: “a flor que desabrocha na adversidade é mais rara e bela de
todas”.
Muitas
vezes precisamos ter uma vida dupla, uma renda dupla, um trabalho duplo e, por
isso, enquanto estudava na escola normal e fazia curso no SENAI, fazia uns
bicos de garçom e animador em festas infantis. Era um tempo em que não existiam
escolas de teatro ou de artes para desprovidos de berço de ouro ou pequenas
fortunas.
Na
nossa juventude, Regiane sempre pareceu obtusa e eu era muito elétrico. Ela era
uma grande maquiadora na leveza de pincéis, na pintura com seu domínio preciso
ninja, uma cultura japonesa adquirida em Aichi, Gifu, Gunma, Ibaraki, Mie,
Nagano, Kanagawa, Saitama, Shiga ou Shizuoka.
Em
1998, dançamos “Macarena” depois do show da virada.
Ela
sempre conduziu muito bem as coisas como seu carro: um chevette preto que era
pra mim um mustangue bravio e selvagem...
Nunca
comemos comida japonesa juntos, mas assistimos muitos desenhos japoneses, ela
não come carne vermelha, mas sempre fizemos boas refeições e assistimos bons
filmes independente do sol, da chuva, do vento...
Passamos
por muitas mudanças de moeda e de economia entre pizzas, esfihas, churrascos,
jogos, séries, filmes, arroz temperados, macarrão, comidas da Dona Alzira, sua
mãe...
Um
bom sinônimo pra Regiane é Hinode: o primeiro raio de sol do primeiro dia do
ano. Renovação. Renascimento. Suzaku. Fênix...
Nossa
amizade é um grande piquenique cheio de doces, salgados, quentinhos, frescos,
saudáveis, essenciais, novos amigos, velhos conhecidos, familiares, formigas...
Tudo é uma boa desculpa pra altos papos e comidas maravilhosas...
Regiane
nunca deixou a arte e a arte, por sua vez, nunca deixou a Re, assim como eu...
Jorge Barboza
Colunista Social. Escritor. Revisor.
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
Os Paranormais e suas Filosofias
Não perca, hoje quinta-feira às 23hs30, o primeiro episódio de quatro de
"Os Paranormais e suas Filosofias" com nosso amigo Elias Luiz Bispo IV, Luciá Küma e Val Silva
com apresentação de Markko Mendes.
sexta-feira, 11 de novembro de 2016
quinta-feira, 10 de novembro de 2016
Morada Final
Não lembro onde e nem como
foi o velório de minha vó Lourdes. Não fui no velório de minha vó Isabel. Não
gosto de ver entes queridos no caixão, vê-los assim pela última vez é ter uma
lembrança incomoda que aos pouco torna esmorecidos, devagar e pra sempre dentro
de mim...
Já era tarde quando o
jornalismo anunciou que houve uma explosão no cemitério da saudade: Imensa
nuvem de poeira substituiu a paz da morada final, não houve feridos...
Desliguei a televisão e na
minha mente surgiu um devaneio, um cheiro doce, acho que foi um cálice de vinho
verde que embriagou minha boca, minha cabeça, meu sangue, minha alma...
No meu devaneio, Dona Morte sempre
estava ao meu lado esquerdo, traje preto longo, foice escura, pálida, estava
indignada com tamanho sacrilégio, seu queixo caiu imensamente e seus olhos não
paravam em suas orbitas, lágrimas corriam como rios para o mar e sua boca secou
como nozes.
Ela apanhou na mesa de
centro da sala o primeiro copo que viu e virou de uma só vez, não respirou, não
respirava, pensava em levantar, fugir, correr, gritar... Finalmente virou-se
para mim e disse sem fechar os olhos:
- Antigamente eu passeava no
cemitério ricamente adornado de ouro e pedras preciosas, esculturas de deuses,
flores, pássaros e plantas enfeitavam tudo na morada final. O vale dos
enterrados era um lugar sagrado. Lia pensamentos carinhosos dos vivos, apelos
aos santos, ouvia o vento ou um silêncio que não era mórbido. Meus pensamentos
mais sublimes ou convexos podiam ser tocados como uvas em baixa parreira com
dedos inaptos. Que desgraça se abalou em mim? Que desgraça terei que sofrer no
meu castelo de cartas marcadas? Porque explodiram os vasos, as esculturas, as
plantas, os túmulos, os ossos... O que será de meus filhos?
A Morte olhou para mim entre
soluços e caiu pra trás na poltrona, queria tirar forças do chão e do teto
branco, olhava agora o teto de gesso branco, vacilava em si, eu senti imensa
pena de vê-la assim. A vida não para...
De repente o cheiro doce
sumiu, partiu, Dona Morte foi pra longe ou pra perto, precisava de um calmante,
uma terapia e remontar e começar de novo. Eu tive a certeza depois que das
cinzas nasceu uma pequena fênix no cemitério, tudo principiou com velas no
lugar dos escombros, depois, o cemitério da saudade queimado ganhou novas
pedras e paus, um novo labirinto de pedras riscadas, certa magoa que custava a
passar de geração a geração...
Jorge
Barboza
Colunista
Social. Escritor. Revisor.
Assinar:
Postagens (Atom)