sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Valeu 2016!

Olá amigos do Facebook e ouvintes da Rádio, tudo bem?
Estamos chegando ao final de 2016... E eu tenho muito a te agradecer por este ano que foi incrível, cheio de textos, gravações, fofocas, comentários divertidos, informações, noticias e muita superação. Fazendo pessoas se encontrarem, lerem, relerem, escreverem, rescreverem, sonharem, criarem... E isso é maravilhoso. Que 2017 seja melhor! E que venha sem pressa e surpresa que possamos continuamos em sintonia. Gratidão e tudo de bom pra todos!

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Natal

Nos últimos dois anos, Eu rompi com a tradição de meditação de fim-de-ano, um verdadeiro fiasco, pois a vida segui seus fluxos...
Não sei quando me traumatizei com a festa familiar, esquecendo do sublime significado da Ceia mais farta do ano...
O que sei é que a última semana do ano é tempo de Concórdia: fazer novos planos; rever o planejamento anual (como se a vida pudesse ser analisada em gráfico); contabilizar os ganhos (não conto as perdas); pedir bênçãos; renovar as esperanças no futuro (sinto muito, me perdoe, eu te amo, sou grato)...
Quando se é criança, o Natal é mais divertido ou devia ser...
Sempre devorei a comida rápido como as ideias, os textos, o trabalho... Minha natureza é elétrica e proativa. As pessoas não gostam e eu aprendi a dissimular.
 Na verdade aprendi a fingir que vejo e as pessoas, por sua vez, fingem que não veem mesmo...
O Natal é um bom tempo de esquecemos o que incomoda, comer bem e, principalmente, renovar a fé na vida.
Boas Festas!

Jorge Barboza
Colunista Social. Escritor. Revisor.



segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Poema de Natal - Jorge de Lima

Oh, meu Jesus .Quando você ficar assim, maiorzinho, venha pra darmos um passeio que eu também gosto de crianças.

Iremos ver as feras mansas que há no jardim zoológico. E, em qualquer dia feriado, iremos então, por exemplo, ver Cristo rei do corcovado. E quando passar vendo o menino, há de dizer: ali vai o filho de Nossa Senhora da Conceição.
Aquele menino que vai ali (Diversos homens logo dirão) sabe mais coisas que todos nós.
- Bom dia, Jesus (Dirá uma voz, e outras vozes cochicharão). É o belo menino que está no livro da minha primeira comunhão.
- Como está forte!
- Nada mudou.
- Que boa saúde, que boas cores. (Dirão adiante outros senhores). Mas outra gente de aspecto vário há de dizer ao ver você:
- É o menino do carpinteiro.
E vendo esses modos de operário que sai aos domingos para passear, nos convidarão para irmos juntos os camaradas visitar. E quando voltarmos pra casa, à noite, e forem para o vício os pecadores, eles sem dúvida me convidarão. Eu hei de inventar pretextos sutis para você me deixar sozinho ir.  Ah, menino Jesus, miserere nobis, segure com força a minha mão.



LIMA, Jorge de. Poemas Completos. Vol. I. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1974.


sábado, 10 de dezembro de 2016

Nana

Não sei por que parei de escrever cartas, na verdade, os e-mails são cartas... Não, na verdade, os meus e-mails são grandes bilhetes. Tenho dificuldade em escrever longos bilhetes pelo Whatsapp e não gosto de gravar mensagens de voz também pelo aplicativo...
Depois de muitas cartas, alguns anos fora de São Paulo, minha grande amiga Nana voltou pra perto.
O Sul do país tinha seus ares frescos, seus rigores, receitas novas, aromas novos, gostos extraordinários, o tempo e o vento, mas não aplacava as saudades...
Sempre que penso no sul brasileiro lembro-me de Erico Verissimo, Anita Garibaldi e Giuseppe Garibaldi. Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilhas? Nana lia muito jornal, revistas e livros por lá. Nana lia as fotos, as molduras, as pinturas, as árvores, as violetas na janela, os temperos: pimenta rosa, pimenta de cheiro, pimenta malagueta, cúrcuma, tabasco, noz moscada, gengibre, mostarda, sal marinho, sal do Himalaia, manjericão, hortelã, cominho, alecrim, páprica doce...
As meninas sempre se alternavam com Nana na cozinha, alternavam pois eram pequenas e cuidados domésticos eram da mamãe Nana, pois não há em sua vida meninos perdidos, nem Sininho (agora Tinker Bell), nem Wendy, nem João, nem Michael, nem Smee, nem James, nem Peter...
Nana sempre teve gosto pela cozinha, entre os apuros pela casa. O tempo, depois de duas gravidezes, tiraram seus cachos substituindo-os por ondas leves, seu corpo escultural juvenil tornou-se charmoso e forte, uma mulher desenvolveu-se para reinar e guerrear, quando necessário por suas ideias... Nunca vi as tantas sardas dela, Nana não tinha tempo para ferrugem de qualquer natureza...
Para corrigir meus textos tomamos juntos chimarrão passando a cuia, assistimos ainda bons filmes e, às vezes, experimentamos novas receitas e velhas conversas, clássicos da literatura...


Jorge Barboza

Colunista Social. Escritor. Revisor.