"Para ganhar um ano novo que mereça
este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo de novo, eu
sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de
você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre" (Carlos Drummond de Andrade).
domingo, 31 de dezembro de 2017
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
Passado
Eu
não tenho medo do futuro, da próxima hora, dos próximos dias e do Ano Novo. Eu tenho
medo do passado...
Tempos que não posso mudar,
escolhas que se foram, histórias que não quero recontar, textos que evito reler,
filmes que não insisto em assistir, discos de músicas tristes e, portanto,
ruins...
Os
sonhos mudaram e os pesadelos também, ódios que se findaram e amores que não
vivi, brinquedos doados e presentes que nunca abri.
Pense
bem, o que se passou são areias que escorrem pelos dedos, grãos que vão
voluntariamente chegam para o chão, impulsionados pela gravidade, uma força natural e indivisível.
Não
tema o futuro, faça boas escolhas agora e reconheça que o passado pode ser
esquecido, reinventado, omitido, mas nunca combatido. O tempo de ser feliz é o
agora. Não perca tempo de mudar o passado, mas de tornar o futuro melhor para
si e para todos...
Feliz
2018!
Jorge
Barboza
Escritor
e Colunista Social
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
Jorge Lima - Poema de Natal
Oh, meu Jesus .Quando você ficar assim, maiorzinho, venha pra darmos um passeio que eu também gosto de crianças.
Iremos ver as feras mansas que há no jardim zoológico. E, em qualquer dia feriado, iremos então, por exemplo, ver Cristo rei do corcovado. E quando passar vendo o menino, há de dizer: ali vai o filho de Nossa Senhora da Conceição.
Aquele menino que vai ali (Diversos homens logo dirão) sabe mais coisas que todos nós.
- Bom dia, Jesus (Dirá uma voz, e outras vozes cochicharão). É o belo menino que está no livro da minha primeira comunhão.
- Como está forte!
- Nada mudou.
- Que boa saúde, que boas cores. (Dirão adiante outros senhores). Mas outra gente de aspecto vário há de dizer ao ver você:
- É o menino do carpinteiro.
E vendo esses modos de operário que sai aos domingos para passear, nos convidarão para irmos juntos os camaradas visitar. E quando voltarmos pra casa, à noite, e forem para o vício os pecadores, eles sem dúvida me convidarão. Eu hei de inventar pretextos sutis para você me deixar sozinho ir. Ah, menino Jesus, miserere nobis, segure com força a minha mão.
LIMA, Jorge de. Poemas Completos. Vol. I. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1974.
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
Olivia
A
primeira vez que tentou ser mulher era muito jovem, um menino ficando
adolescente, despreparado e muito inseguro de si e dos outros, e foi por isso
que houve muita rejeição por parte da escola, da igreja, dos vizinhos, das
empresas, dos comércios, da sociedade, da época que demorava a si acabar com
sua decisão...
Ser
transgênero em certa década brasileira da era moderna era o mesmo que
transmitir doenças de pele, pandemia, comunismo, anarquismo, magia negra,
macumba, pecado, violência, marginalidade. Era melhor ser travesti de famosa
avenida movimentada de madrugada, ter um cafetão ou uma cafetina, estar preso
por briga de transito, desacato...
Por
fim, Ela que não queria mais menino nem crescer como homem teve que fugir cedo
e pra longe, outra cidade na zona rural, onde pode tentar fingir ser
homossexual, homem sensível, homem delicado sem sucesso. O corpo estava torto,
a cabeça não se encaixava direito, o barro era incorreto, vaso desforme, uma
guerra perdida de mente e do corpo... corrigindo, uma luta momentaneamente
acabada, pois a mente não parava com a alma inquieta e insatisfeita.
Olivia
fechara a caixa de Pandora, amarrava apertadamente os seios que insistiam em
desabrochar e segurava com um colete mais que apertado, lacrava-se assim a
feminilidade, ou qualquer silhueta de mulher, sua alma estava parando de
gritar.
Um
anjo desses assim apareceu no trabalho, primeiro com café, depois bolos, doces,
conversas longas, diárias, cotidianas, profundas, íntimas...
Anjos
de cabelos dourados que restauram a verdade e põe as coisas no lugar, determina
o tempo e dá-nos subsídios, elementos, ideias, objetivos, metas, novidades,
caminhos...
Por
um dia de descanso, Olivia teve a última dúvida, olhou no espelho, viu-se e não
gostou do viu: cabelo curto, orelha inteira sem furo para brincos, pele lisa e
opaca, rosto sem maquiagem, não precisava, mas era um desleixo total... Tremeu,
lembrou-se de palavras passadas, ruídos infernais, um amor que desistiu de ter,
ofensas finas, desaprovação continua, malogro...
Assim
como a tempestade cobriu sua face de lágrimas surgiu um novo alvorecer rosa
conduzido por deusa matinal Aurora e
seus fieis escudeiros no canto mais puro de vida: bem-ti-vi, bem-ti-vi, bem-ti-vi!
Era
o fim da clausura, da prisão, do medo, do descompasso de mulher. Olivia abriu o
baú empoeirado no porão úmido e escuro da casa apertada que escolhera viver,
tirou uma calcinha furadinha, um suíte largo, sapatilhas velhinhas, vestido
longo e rosado, vestiu como se vestia, então dançou como não fazia mais e
estabeleceu colocando o arquinho na cabeça, corou sua nova posição de amar... O
principal amor, o auto amor, amar a si mesmo acima de todas as coisas e o espelho refletiu a alma renovada e o vaso
se consertou: alma e corpo estavam juntos finalmente na velha nova mulher.
Jorge
Barboza
Escritor
e Colunista Social
sexta-feira, 10 de novembro de 2017
Uelkati
Assim que pisou “onde acaba o mar e começa a
terra” já tinha devorado metade da tripulação como parasita que era...
Na
sua mente havia uma dúvida: onde encontrar a definitiva imortalidade?
Uelkati
devia trocar de corpo em horas, não era difícil para ele encontrar novas
vítimas, cascos idiotas, moradas impuras, seu estratagema era simples: depois
de uma noite de prazer, depois do fim do coito de seu hospedeiro virava a
próxima vitima de costas e com um pequeno rasgo invadia as carnes do novo
casulo...
Não
preciso dizer que esta criatura amaldiçoada adaptava-se facilmente à outras
mentes, outras culturas, outros idiomas, sem uso de desenhos, de manuais ou de
mímicas, sua maldição dava-lhe essa condição, sempre seguindo a regra: um dia
em cada corpo.
Foi
por isso que decidiu sair da selva americana, terra de tartarugas, em que
índios viviam enfurnados em montanhas distantes, por tradição, por lendas, por
escolhas desastrosas...
Entre
os índios, ele era conhecido como demônio velho que de tempos em tempos
arrasava aldeias. Temido por gerações até a chegada do homem branco, ingênuo e
delicioso homem de carne branca, humanos claros que levaram para longe sem
saber do que ele se tratava. Um das poucas bênçãos concedidas pelos viajantes
de alto mar aos índios da América do Norte.
Uelkati
na cidade, não entendia porque tanta roupa, mas era muito feliz. Para ele os
panos eram um lenço para cobrir a boca e o nariz, sentia náuseas, pois muitas
vezes se enojava de tanta podridão, esgoto ao ar aberto, lixo por toda parte,
poucas cores, poucos bichos, poucas plantas, muito barulho de gerigonças,
fumaça excessiva, um frio brutal e preguiça constante.
Ele
não precisava correr mais léguas com seu hospedeiro para manter sua parcial
imortalidade, precisava colher algumas moedas... Aprendeu a dura pena a evitar
os negros que eram muito castigados e explorados até o dia em que encontrou um
clérigo poderoso, mas isso é uma história de “O Vampiro e A Bruxa”...
Jorge
Barboza
Escritor
e Colunista Social
terça-feira, 31 de outubro de 2017
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
O Corvo e o Jarro
O
jarro estava em seu lugar com pouquíssima água ao fundo, no seu interior havia
muito espaço e chegou um corvo.
O
corvo estava mal, estava padecendo, o que mais queria era uma gota de água.
A
ave foi ao jarro e para seu desespero havia só um fim de água. Diferente de
seus antecessores, seus antepassados, como contava ESOPO, o corvo sacudiu o
jarro e terminou por derruba-lo no chão, e por muito pouco, não perdeu toda
água nos giros descontrolados do jarro.
Rapidamente o corvo meteu o
bico pela borda do jarro, alcançou a água, matou a sede, não formou ideia nem
fez muitas tentativas.
Com alegria, o corvo
levantou o jarro e viu nuvens carregadas precipitadas se aproximarem. Logo
haveria mais água pra todos...
Jorge
Barboza
Escritor
e Colunista Social
terça-feira, 10 de outubro de 2017
Os morcegos
O
almoço da escola já havia sido servido, caminhava, andava, fluía até sua
extinção, para o fim, para seu ômega, para seu término, para subir o telhado,
para o julgamento final ou juízo final, para um desfecho, para a conclusão,
para quase cessação, para as vias de fato, para um último remate, para o limite
do epilogo do dia...
Do outro lado do refeitório escolar, do lado de fora, do lado direito da
quadra, tremelicando surgiu três morcegos.
Acredito que um dos mamíferos voadores era uma generosa mãe enquanto os outros
eram seus filhotes desavisados, desprevenidos, cansados, desacorçoados,
tentando descansar, tentando ganhar novas forças, depois de longa e duvidosa
viagem...
O barulho era grande como o alvoroço. As crianças da cidade nunca se detiveram
com tais criaturinhas marrons, estavam habituados com outros tipos de
mamíferos, de ratos com asas: pombos indesejados e sujos pelo pátio...
Haviam meninas gritando de medo e meninos supersticiosos rezando tentando
afastar o malogro, professores estudando de longe os bichos, funcionários
espantando os bagunceiros, os baderneiros, os desajustados que tentavam lançar
pedras nos animalzinhos.
No fundo, a morcega estava exausta que fazia o mínimo para resistir e,
consequentemente, seus filhotes seguiam de perto seu exemplo.
Por fim ou para o fim, ou seja, enfim, acabou o almoço e todos os ditos humanos
civilizados voltaram as salas de estudo, a quadra esvaziou-se, emudeceu-se,
silenciou-se, serenou-se, apaziguou-se, embelezou-se...
Depois do pôr-do-sol veio à noite e os morcegos foram colher amoras. Eles eram
frágeis, frugívoros ou nectarívoros? Eles comeram, comeram, se alimentaram, se
nutriram, se alegraram, se compraziam, se festejaram...
Acordaram e tiveram uma pequena conversa na madrugada. A mãe estava inquieta e
irredutível. Os meninos queriam ficar na coluna escolar...
De fato, a recepção das pequenas pessoas foi a pior, os adultos tinham palavras
interessantes e modos fascinantes... O convite era profano, um santo de barro,
um santo de pau oco, era questão de horas para mais um desassossego, gritos,
berros, espanto, bagunça, ameaça, perigo, armadilhas, tormento, a morcega não
podia esperar mais, eles deveriam encontrar outras colunas, outros vizinhos mais
corteses e zelosos... A mãe levou seus detentos à revelia na esperança de um
lugar para chamar de seu com as palavras “Lar doce Lar” antes de o sol brilhar
e o galo cantar anunciando um novo dia na escola, na quadra e na coluna fria,
bege e de concreto sem natureza: flora ou fauna. A proteção estava em se
esconder e não ficar mais preso de ponta cabeça para crianças...
Jorge Barboza
Escritor e Colunista Social
quarta-feira, 20 de setembro de 2017
Golfinho
Gosto
muito de ouvir crianças de história, ou melhor dizendo, ouvir história de crianças. Fazer ou responder perguntas aos
pequenos sempre traz muita alegria e graça a vida...
Eu
não me recordo quando foi que ouvi essa história do golfinho, nem sei como
surgiu na escola que trabalhava, acredito que falávamos de piratas, de navios e
de mares, dos sete mares...
Esta
expressão épica, os sete mares, aparece em diversos povos e diferentes épocas,
como os gregos que os consideravam compostos pelo: o Adriático; o Arábico; o Cáspio;
o Egeu; o Mediterrâneo; o Negro; o Vermelho. Outrossim, entendiam os setes mares
como os setes oceanos, ou seja: Oceano Antártico; Oceano Ártico; Oceano Atlântico
Norte; Oceano Atlântico Sul; Oceano Indico; Oceano Pacifico Norte; Oceano
Pacifico Sul.
Identifico-me muito que essa
última explicação vinda dos primeiros europeus ao chegarem a América do Norte para
colonização de povoamento...
Estava eu explicando porque
se fala de sete mares até hoje, uma ideia antiga, de povo bárbaro que engatinhavam
pela ciência moderna e que se locomovia rapidamente de barco...
Uma
jovem de seus 7 anos, cabelos presos em chuquinhas coloridas, três para ser
mais exato, disse alegremente:
–
O Golfinho é filho da Baleia com o Tubarão...
Eu
sempre fico na dúvida se a menina usou de esperteza para mudar de assunto, ou
de traquinagem, para dizer que a conversa estava cansativa...
–
Como assim? – retruquei sem pestanejar nem ralear como a criança.
–
O Golfinho é meio retardo por isso, vive rindo à toa como o pai, o tubarão, e
vive aos pulos nas ondas como a mãe para aparecer, a baleia...
No
fundo, eu sempre achei os golfinhos alegres de mais, de inteligência
diferenciada que não os desqualifica em nada, mas se de fato um golfinho fosse o
resultado de uma gestação mal sucedida entre a baleia e o tubarão não seria ele
a pior espécie dos sete mares. Só me preocuparia com que seria os pais da água
viva e da enguia elétrica na difícil missão de educar seus filhos para não
queimar nem dar choques nos coleguinhas de natação livre...
Jorge
Barboza
Escritor
e Colunista Social
domingo, 10 de setembro de 2017
Assassinaram a laranja
Era
um inverno camarada em pleno ABC Paulista, flores despontavam discretamente
nas árvores amontoadas de folhas grandes, amontoadas de galhos, sem frutos,
folhagens grandes, espessas folhas e folhas verdes, verdes escuras, extremamente
verdes. Haviam princípios de primavera, chuvas alternadas, típicos chuviscos,
garoas de passagem, nuvens carregadas em cinza, céu anil escondendo seu azul,
sol pálido, sol fraco, sol manso que parecia uma lâmpada florescente no teto do
prédio de concreto bege, nude escuro, ventos frios, geladas correntes de ar,
congelantes brisas que surgiam às vezes fortes e rápidos, às vezes vinham
fracos e alongados...
A
paz devia ser a bandeira da estação e a prática do momento se não fosse o
anúncio do jornal: “Uma laranja se jogou do 13° andar”. Não era a primeira vez
que a manchete trazia a morte de frutas como capa jornalística.
Nas
últimas duas semanas foram acontecendo casos espaçados e esporádicos: o
primeiro registrava uma banana encontrada morta por afogamento embaixo de uma
das principais pontes de ligação das cidades de Santo André e São Bernardo do
Campo em uma manhã vazia; O segundo contava que uma maça perdeu a cabeça
atropelada por caminhão em cruzamento da Avenida dos Estados entre os municípios
de Santo André e São Caetano do Sul em tarde mais que fria...
Para
mim, tudo soava estranho e bárbaro por demais: uma banana não sai do cacho sozinha,
sem salva-vidas para águas profundas, escuras, estranhas e caudalosas; uma maça
não atravessaria a rodovia com sinal fechado; uma laranja não cortaria a tela
de proteção de uma janela de um certo apartamento e por descuido ou por curiosidade
cairia sem precedentes...
Provavelmente
todas as frutas foram agitadas, envolvidas, coagidas, empurradas, pressionadas,
instigadas, forçadas, encurraladas...
Foi que a policia revelou
depois de pouco tempo, pouca investigação e muita surpresa da população em
geral. Uma adolescente com seus treze anos, tinta nos cabelos... passou pelos
locais e decidiu aplicar suas teorias de física as frutas pegas desprevenidas. A
cada semana, a jovem foi aumentando suas doses de experimento...
Em um depoimento revelador à policia, a adolescente
expressou seus fomentos, suas ideias, seus pensares, ela narrava com
normalidade como colocou fogo em um broto de feijão com etanol antes de partir
para as ruas. Lembrou também que eletrocutou uma beterraba molhada por sua
urina no jardim de sua casa.
Seus próximos planos caminhavam para novos testes, agora,
só agora, com animais vertebrados de pequeno porte até chegar aos espécimes humanos
de grande relevância.
Sem alternativas, os órgãos competentes determinaram o
tratamento da jovem em clínica psiquiátrica estadual para conciliação da moral
e dos bons costumes com a sociedade...
Jorge Barboza
Escritor e Colunista Social
domingo, 20 de agosto de 2017
É o fim do amor
Como
todo início mês reuníamos em volta dos resultados das vendas para ajustamos
nossos planos de vendas, adequar produtos, criar novas estratégias e,
consequentemente, desenvolver novas mídias.
Para
surpresa de todos, o amor não vigou nem em sabonete, nem em banho líquido e
muito menos em perfume. Na verdade não tinha saído da prateleira e o estrago só
não foi maior que não foi produzido em larga escala como seus irmãos...
Cabe aí um adendo, eu chamo
de irmãos, todos os produtos que são criados simultaneamente, desde de seu
conceito, passando pela alquimia, até ser embalado. Descobri por isso que a
palavra “embalamento” não existe no dicionário no sentido de empacotamento, mas
sim como “baloiçar, no colo ou no berço, geralmente para adormecer; ato de se
drogar; sentir sensação muito agradável; mentir ou dar esperanças ilusórias”. Sendo
assim os produtos irmãos possuem os mesmos tipos de processamento,
adicionamento, envasamento, não são genéricos, nem mesmos gêmeos parecidos, a
proposta deles era outra, a cor, a vibração, enfim, eram taxados e enfrascados,
guardados, armazenados, recolhidos de três formas idênticas: banho líquido, perfume
e sabonete.
Era o fim do Amor, ele não
vendeu como a Prosperidade e a Harmonia, então para o bem maior da empresa, dos
associados, dos funcionários, dos consumidores desta e das próximas gerações
optamos com grande dor pela mudança do nome do produto...
Não me venha com esse tal de
moralismo! Era preciso mudar o nome do Amor, ou jogar tudo fora em questão de
dias e por necessidade de armazenamento da nova produção de harmonia e de prosperidade.
Acredito que distribuir como brinde para parceiros e possíveis investidores
também poderia causar mais mau estar geral.
E com enorme dor no coração,
amava o nome e tive um dia de insônia, um mau súbito de não comer, não relaxar,
de estresse, sei lá, mais o que... Decidi agora, o Amor passaria a se chamar
Paixão e não que deu certo, em uma semana vendemos o estoque todo parado e por
conta disso, tivemos que pagar extras na fábrica para produção imediata de
novas levas ao mercado que até momento não se deu conta que a Paixão é o mesmo
Amor que só mudou de nome sem perder sua característica original, se transforma
e se renova em suas três formas e com seus produtos irmãos...
Jorge
Barboza
Escritor
e Colunista Social
quinta-feira, 10 de agosto de 2017
Gabriela Tieta
Quando
começarmos a ter problemas, achei que ele tinha um fetiche de coronel e como
uma boa Gabriela estava disposta a assumir a personagem de Jorge Amado:
Gabriela Cravo e Canela.
Sinceramente
prefiro “Tieta do Agreste”, já treinamos o “ípsilone duplo”, este era o papel de
uma vida para quebrar a rotina depois de tantas noites frias e quentes...
Como
Gabriela, eu tive que aprender: “eu nasci assim, eu cresci assim e sou sempre
assim, Gabriela”. Lutava pelo amor que vacilava que faltava às vezes entre nós,
eu ainda lutava só pelo nosso namoro, mas o coronel não quis ir embora e cada
noite ele deixava claro seu posicionamento ao dizer: “Vá se lavar que vou te
usar hoje”.
O
coronel acabou com nosso amor, nossos encontros, minha canela, meu cravo...
Ainda
aturei um mês de dezembro inteiro como Tieta preparando sua vingança contra o
povo ingrato de Santana do Agreste e Mangue Seco por conta do Natal, da
família, do aniversário do coronel e do Réveillon...
Finalmente
chegou o dia dos Santos Reis, hora de guardar o presépio e os enfeites
natalinos, hora de acabar o namoro. O plano era simples, ligar e acabar tudo
pelo telefone, o coronel era violento e eu não podia deixar ele me tocar mais...
Deixei
Gabriela fugir com seu cravo e sua canela, tomei uma gostosa cerveja como Tieta
e ligue para o coronel, assumi a culpa que não tinha, ouvi suas críticas, suas
ofensas, ri e dei meu veredicto...
Eu
era a ré, a vítima, a advogada, a promotora e a juíza. Não me traia mais:
“Revi meu próprio percurso
Me
perdi no leste
E
alma renasceu
Com
flores de algodão
No
coração do agreste
No
afã de ir e vir
Ah!
Fiz de uma saudade
A
felicidade pra voltar...”
...
A rir
Jorge
Barboza
Escritor e Colunista
Social
quinta-feira, 20 de julho de 2017
Biscoito ou bolacha
Quando eu era
criança sempre entendi que biscoito se refere a todo tipo de bolacha salgada:
água e sal; cream cracker, biscoito de polvilho...
Consequentemente,
bolacha se refere a toda espécie de biscoito doce: amanteigados, champanhe,
cookies, maisena, mantecal, sequilhos, rosquinha de pinga, sequilhos...
Outro fato
interessante sobre biscoitos de minha infância e que eu adorava separar os
quebrados dos inteiros e, assim, começar a comer primeiro os quebrados. Depois,
em poucos casos, quebrava os biscoitos, pois ele eram pequenos de sabor queijo
da marca Seven Boys chamados de salgadinhos.
Entretanto, porém,
contudo o dicionário afirma que “um alimento feito de farináceo com leite ou
água, açúcar ou sal, podendo conter outros ingredientes, e assados em pequenas
porções de diversos formatos chama-se biscoito”, e “o biscoito de farinha de
trigo ou maisena, doce ou salgado, trata-se de bolacha”.
E estranho escrever
ou falar sobre isso, pois com o passar dos anos muitas coisas mudam e outras
não, é o caso, por exemplo, do computador que a partir da década de 90 saiu do
oculto quartel general, para ganhar empresas, escolas e lares substituindo a
máquina de datilografia e com crescente sucesso sobre o ainda usado aparelho de
fax, utilizado ainda em doses homeopáticas por instituições bancárias ou de
variadas economias em algumas situações extraordinárias...
O que eu tenho
certeza com isso tudo e que os clássicos cadernos de receitas já estão saindo
de moda por consultas à sites especializados em comida à cores e ao vivo sem
distinção, mas nada substitui tão bem um pão com manteiga no café da manhã como
o biscoito e a bolacha, nem um bolo de chá da tarde como a bolacha e o biscoito
de ontem e de hoje...
Jorge Barboza
Escritor
e Colunista Social
segunda-feira, 10 de julho de 2017
Sete dias de Férias
Acredito
que toda esposa, toda professora, toda mulher, toda pessoa precise de sete dias
de férias interruptas por ano. Entendendo que férias é o direito de acordar
tarde sem se preocupar com refeições, como café da manhã e o almoço, sem o
dever de afazeres domésticos, como roupas e louças lavadas, e também sem se
perturbar com despesas semanais, como compras de alimentos, pagamento de contas
e produtos de limpeza...
Muitas vezes cabem as mulheres
esses por maiores, pois não se tratam de simples tarefas caseiras ou mazelas
humanas.
Acredito que Deus tenha levado mais de
sete dias pra criar o mundo e, consequentemente, mais sete dias para descansar.
Na verdade, Deus não é mulher nem homem, mas onipotente, onipresente e
onisciente. Sendo assim, porém, com tudo e ainda mais Ele nunca parou de
trabalhar desde criou os homens independentes de suas raças, suas convecções
politicas, seus credos religiosos e seus ideais culturais...
Por favor, não entendam meus argumentos
como um pedido de reforma nas férias trabalhistas. Certos direitos não podem
ser tirados de todos trabalhadores como uma afirmação que podemos trabalhar
incansavelmente neste mundo sem descanso, com mazelas e sem remuneração
adequadas. Com fraldas, bonés com garrafas de água embutidas, pote de ração na
mesa para casos extremos e descanso na morte ou passagem final desta vida...
Realmente acredito que trinta dias é
pouco para se renovar as energias e o equilíbrio quando se têm que cuidar de
uma casa inteira com marido, filhos, bichos, contas... Escrever é uma arte e
precisa de cuidado, como as férias que mal usadas trazem gastos e muito
desassossego...
O desafio é ter sete dos trinta dias de
férias interruptos com contas e afazeres de qualquer espécie.
Jorge
Barboza
Escritor e Colunista
Social
terça-feira, 20 de junho de 2017
Inconveniente
Quando começo o programa da rádio já deixo as regras claras, as perguntas são recebidas in box a partir das quartas-feiras,podendo durante o programa haver transbordo ou fila enorme que impedi-nos de aceitar novas perguntas ao vivo.
Outra regra básica é não solicitamos dados pessoais como data de nascimento ou nome completo. Proibimos as perguntas em nome de terceiros e mais de uma pergunta por noite.
Já desisti de escrever que as questões devem ser claras, objetivas, curtas, sem rodeios e rápidas. E também desisti de falar que não precisa agradecer na hora, pois acabando gerando telas extras e desnecessárias de bate-papo em meu facebook, enquanto anoto e organiza a fila.
Outra regra essencial é informar o local de onde se envia a pergunta (cidade, estado ou país) e, principalmente qual o pseudônimo anunciar nos casos que a pessoa não quer se identificada durante a gravação.
Rigorosamente e condizente com as regras gerais recentemente me agarrei no ódio que nada nem ninguém podiam trazer sossego, repetidas vezes disse não, aquela sujeita que insistia nos últimos quinze minutos da prorrogação exigir uma reposta para terceiros, e acabou passando por cima de mim como se uma força maior fosse poupa-la, mandou seu marido entregar um bilhete ao vidente, que por práxis pediu que eu resolvesse.
Outra regra básica é não solicitamos dados pessoais como data de nascimento ou nome completo. Proibimos as perguntas em nome de terceiros e mais de uma pergunta por noite.
Já desisti de escrever que as questões devem ser claras, objetivas, curtas, sem rodeios e rápidas. E também desisti de falar que não precisa agradecer na hora, pois acabando gerando telas extras e desnecessárias de bate-papo em meu facebook, enquanto anoto e organiza a fila.
Outra regra essencial é informar o local de onde se envia a pergunta (cidade, estado ou país) e, principalmente qual o pseudônimo anunciar nos casos que a pessoa não quer se identificada durante a gravação.
Rigorosamente e condizente com as regras gerais recentemente me agarrei no ódio que nada nem ninguém podiam trazer sossego, repetidas vezes disse não, aquela sujeita que insistia nos últimos quinze minutos da prorrogação exigir uma reposta para terceiros, e acabou passando por cima de mim como se uma força maior fosse poupa-la, mandou seu marido entregar um bilhete ao vidente, que por práxis pediu que eu resolvesse.
Por uns instantes meu perigoso lado branco espalhou por mim o fel nas veias, brio nos olhos ardentes, os lábios secos tremendo, a cabeça zunindo com palavrões e xingamentos ressoando...
Queria rasgar o papel, colocar fogo no estúdio e por fim ao que não tinha que ter chegado ali ao paranormal na entrevista que me concedia na rádio, mas por equilíbrio destinei à pergunta ao último lugar da fila: sem força, sem desejo, sem vontade e sem pensar.
Fazer a pergunta foi um golpe de misericórdia, antes de reler as palavras do bate-papo da inconveniente, da insurgente e da divergente. Seus motivos e por menores não me afetavam e não continham palavras mágicas como: por favor, por gentileza e por obsequio...
Para variar tratavam de uma longa história com rodeios, sem clareza, sem lógica, longa por demais, sem objetividade... Infelizmente, as pessoas não sabem esperar e tem a ousadia de dizer que “as perguntas alheias são banais”, para que sua urgência não seja qualificada para os camarins, as coxias, os bastidores e os particulares.
Devia ter deixado para o depois do programa e assim dar toda atenção do paranormal e até mais recursos, mas ainda o diabinho me provou...
Devia ter deixado para o depois do programa e assim dar toda atenção do paranormal e até mais recursos, mas ainda o diabinho me provou...
Alguém me disse uma vez que meu silêncio é o pior castigo que posso dar as pessoas, pois se ainda estou discutindo com alguém e por que ainda me importo com a pessoa de alguma forma...
Depois de tudo terminado, a deslegante dona da rádio saiu com seu carro e me deu o prazer de excluir sua existência dos meus sistemas... Não posso mudar o que houve e não quero, mas posso fazer diferente e em outro lugar.
Depois de tudo terminado, a deslegante dona da rádio saiu com seu carro e me deu o prazer de excluir sua existência dos meus sistemas... Não posso mudar o que houve e não quero, mas posso fazer diferente e em outro lugar.
Jorge Barboza
Escritor e Colunista Social
sábado, 10 de junho de 2017
Quando tudo der errado leia José Eduardo Agualusa
Tenho medo de ligar o rádio, como quem entra no
metrô à hora de rush e de pico, e de que por descaso ou por maledicência alguém
me pise a inteligência: “foi sem querer, desculpe-me”. Ligo o som, escondido no
meu canto, encolhido como quem nem está ali, mas se por acaso os meus ouvidos
tropeçam em alguma voz agressiva, desligo logo.
A seguir fecho os olhos e sonho um equino. Foi um
velho capataz angolano quem me ensinou isto. Eu estava sentado nas areias de Luanda,
com um caderno nos joelhos, concluindo contos. Ele veio por trás e ficou um
momento observando:
- Por que faz isso? – perguntou. – A história não
cabe aí!
Sentou-se ao meu lado. Disse-me que às vezes, ao dormir,
lhe doía, do lado direito da cabeça, a lógica. Caminhava então até à praia,
estendia-se de costas na areia, e sonhava um equino.
- Foi José Eduardo Agualusa, sabe? Ele me introduziu.
Nessa altura não compreendia quem o capataz se
referia. Começou por sonhar pequenos potrinhos, muito rudimentares, só um veloz
traço de castanho, só um ligeiro arco correndo no ar, mas com o tempo, à medida
que desenvolvia a técnica, passou a sonhar jumentos, burros, inclusive pôneis.
A ambição dele era sonhar um cavalo árabe preto.
- Esteja atento à cor dos campos –
preveniu-me. - Por exemplo, de manhã, bem cedinho, se o campo estiver liso e dourado,
é bom para sonhar um pônei. O puro sangue inglês, que é um cavalo famoso pelas
corridas, grande, se sonha muito bem depois que chove, e a lama anoitece a
terra. Já os quartos de milha são melhor sonhados quando o vento é forte como
os saltos destes belíssimos equinos.
E os centauros? Ele olhou-me atônito:
- Centauros? Servem para alguma
coisa? Centauros são animais mal sonhados, como os monotrêmatos (equidna e
ornitorrinco), os pégasos ou os unicórnios. Você pode conseguir fazer bichos
melhores.
Venho tentando. Nunca soube o nome do velho. Era um
sujeito mediano, tranquilo como uma floresta, de olhos calmos e uma pele
reluzente e clara, esticada bem sobre os ossos. Tinha uma voz tão aconchegante
que, à manhã, enquanto falava, soava como brisa marinha. Uma voz daquelas devia
poder transmitir-se em canções. A mim fazia-me lembrar a de Djavan.
Dizia-se naquela cidade que o capataz estivera duas
semanas perdido no deserto. Salvara-se por milagre, porque ao sétimo dia São
Jorge lhe apareceu nas dunas, trazendo nas mãos um frango assado e dois litros
de guaraná. Ele próprio me desmentiu o milagre, até um pouco irritado:
- São Jorge?! Santo, rapaz? Quem me apareceu foi José
Eduardo Agualusa.
Em todas as histórias de viajantes há sempre
exageros, por vezes até mentiras inaceitáveis, ou não seriam mirabolantes.
Neste momento, porém, sou ateu – uso esta palavra pela primeira vez na vida;
não veem que brilha? – ele lia! Era um grande devoto de José Eduardo Agualusa e
Ondjaki. Contou-me que José apareceu-lhe de tarde, trazendo nas mãos o Manual Prático de Levitação, e lhe
leu o livro inteiro.
Logo depois que o achou mais recomposto, ensinou-o
a sonhar equinos.
- Sonhar cavalos faz bem à alma. Lembre-se que por
cada homem mau no mundo há no continente mil cavalos bons.
O meu capataz não tinha rádio. Às vezes acontecia
demorar-se numa padaria, ou no boteco (havia um rádio na padaria), e o ecos das
guerras alheias roubava-lhe a paz. Ele sofria com as guerras alheias. Andava
pela cidade com o livro “Vendedor
de Passados” debaixo do braço, tentando, sem sucesso, converter os
demais. Só eu lhe dava atenção:
- Quando tudo der errado leia José Eduardo Agualusa.
Uma noite vi-o sonhar um cavalo mustang preto.
- Foi o meu primeiro grande equino – disse-me
depois, exausto pelo esforço, para a semana vou tentar um quarto de milha.
Nunca mais voltei a Luanda, nunca mais o vi, mas
calculo que por esta altura ele já tenha conseguido sonhar o seu Cavalo Árabe
Negro. Já o deve ter lançado aos montes, estradas, campos verdes de puro sonho,
e a corrida dele há de estar ressoando num ritmado trote. Um dia os cavalos
virão para salvar os homens sem sono e sem sonhos.
Jorge Barboza
Escritor
e Colunista Social
sábado, 20 de maio de 2017
Mulher
E tão difícil escrever o que não foi dito sobre mulher.
“Uma mulher (do latim muliere) é um ser humano adulto do sexo feminino e/ou do gênero feminino. Na infância, normalmente é denominada em português como 'menina' e, na adolescência como 'moça'. Correspondem a aproximadamente 49,5% da população humana mundial. O termo ’mulher’ é usado para indicar tanto distinções sexuais biológicas quanto distinções socioculturais”.
Mais difícil ainda é acreditar que o homem foi criado antes dela.
Gosto do simbolismo que a mulher foi criada da costela, pois não é superior com Athena que nasceu inteira e completa da cabeça de Zeus (sabedoria). E ainda, a mulher não é inferior, porque não nasceu dos pés devendo ser emasculada. Ela foi criada da costela, para acompanha o homem lado a lado.
"Uma deusa, uma louca, uma feiticeira [...] Meu Deus, ela é demais".
“Uma mulher (do latim muliere) é um ser humano adulto do sexo feminino e/ou do gênero feminino. Na infância, normalmente é denominada em português como 'menina' e, na adolescência como 'moça'. Correspondem a aproximadamente 49,5% da população humana mundial. O termo ’mulher’ é usado para indicar tanto distinções sexuais biológicas quanto distinções socioculturais”.
Mais difícil ainda é acreditar que o homem foi criado antes dela.
Gosto do simbolismo que a mulher foi criada da costela, pois não é superior com Athena que nasceu inteira e completa da cabeça de Zeus (sabedoria). E ainda, a mulher não é inferior, porque não nasceu dos pés devendo ser emasculada. Ela foi criada da costela, para acompanha o homem lado a lado.
"Uma deusa, uma louca, uma feiticeira [...] Meu Deus, ela é demais".
quarta-feira, 10 de maio de 2017
Do meu lado
Quando
eu era criança, a minha mãe me colocou para dormir e na noite seguinte tinha um
policial do lado de fora de meu quarto. Ele disse que ela tinha ido viajar, pra
bem longe e nunca mais ela ia voltar.
Se
mamãe nunca mais ia voltar, nunca mais ia vê-la, o que eu devia fazer?
O
que o policial não sabia e ninguém mais sabia e que só eu podia vê-la...
Quando
eu fecho os olhos me entrego aos meus sentidos, aos meus outros sentidos.
A
alma toca a alma por caminhos que só coração sabe.
Era
só eu fechar os olhos. Todas as vezes que eu fecho os olhos, eu a vejo, eu
sinto seu cheiro, seu perfume, seu calor, seu carinho, seu amor, sua dedicação,
suas palavras, suas canções... E só eu dormir e ela está do meu lado como antes
daquela noite, antes do policial, antes da viagem bem longe do qual ninguém
volta.
Jorge
Barboza
Escritor e Colunista
Social
quinta-feira, 20 de abril de 2017
Legais
Poucos relatam a alegria que é conviver com pessoas otimistas e positivas – verdadeiros animadores da vida que mudam o negativismo alheio.
Esses indivíduos adoráveis podem ser próximos, muito próximos como: vizinhos zelosos, cunhados cuidadosos, colegas de trabalho esmerados, etc.
O que fazer para manter estas pessoas tão construtivas e tão criativas?
Se ainda não solicitou amizade de todas as pessoas que parecem ter um prazer divertido em fazer você se sentir “o melhor do mundo”: adicione no Facebook, coloque entre os favoritos da sua lista de emails e de telefones.
Investir o máximo de tempo e de energia nas situações em que o contato é permitido.
Diminuir a distância física e psicológica dos legais: se for o caso, buscar manter um relacionamento informal por toda parte que encontra-los.
Saber se colocar como um personagem da situação: agir como um pesquisador da natureza humana e aproveitar para aprender muito mais sobre a motivação das pessoas.
Aderir á todas as coisas agradáveis que elas dizem: replicar suas frases, divulgar suas ideias e aprender a ser esta fonte de alegria que todos querem beber e multiplicar...
Buscar enxergar o lado engraçado da situação: dar risadas e buscar a felicidade acima de todas as circunstancias.
Entrar na mesma “vibe positiva” (como dizem meus amigos) – procurar ser cada vez mais gentil e agradável com realmente interessa.
Ter a certeza de que estas pessoas são profundamente felizes e que vale a pena imita-los e mudar conscientemente do lado delas e com elas.
Esses indivíduos adoráveis podem ser próximos, muito próximos como: vizinhos zelosos, cunhados cuidadosos, colegas de trabalho esmerados, etc.
O que fazer para manter estas pessoas tão construtivas e tão criativas?
Se ainda não solicitou amizade de todas as pessoas que parecem ter um prazer divertido em fazer você se sentir “o melhor do mundo”: adicione no Facebook, coloque entre os favoritos da sua lista de emails e de telefones.
Investir o máximo de tempo e de energia nas situações em que o contato é permitido.
Diminuir a distância física e psicológica dos legais: se for o caso, buscar manter um relacionamento informal por toda parte que encontra-los.
Saber se colocar como um personagem da situação: agir como um pesquisador da natureza humana e aproveitar para aprender muito mais sobre a motivação das pessoas.
Aderir á todas as coisas agradáveis que elas dizem: replicar suas frases, divulgar suas ideias e aprender a ser esta fonte de alegria que todos querem beber e multiplicar...
Buscar enxergar o lado engraçado da situação: dar risadas e buscar a felicidade acima de todas as circunstancias.
Entrar na mesma “vibe positiva” (como dizem meus amigos) – procurar ser cada vez mais gentil e agradável com realmente interessa.
Ter a certeza de que estas pessoas são profundamente felizes e que vale a pena imita-los e mudar conscientemente do lado delas e com elas.
Jorge Barboza
Escritor e Colunista Social
segunda-feira, 10 de abril de 2017
Sempre Jovem
Certo dia, um professor tirou
o palito para ser sempre jovem. Decidiu parar ter medo e ter consciência do
mundo apesar da passagem do tic tac frenético do relógio marcando: minutos,
horas, dias, meses, anos...
Diante de uma piscina aos cinquenta
e três anos, ele não acreditava que devia fazer testes: medir a temperatura da
água com um dedo, calcular a profundidade da piscina entrando aos poucos e
segurando notavelmente a escada da piscina, pensar se ia passar mal ou outras
coisas de gente mais velha, muito velha, idosa, melhor pior idade... Sem
pestanejar mergulhava rápido sem medir as consequências e afundando nas águas
de uma só vez como fazia aos quinze anos.
Sua consciência não o
tornava mais covarde, ao contrário de seus velhos amigos, ele viajava sem
reservas de hotel e sem “just in case” de remédios, carrega uma pequena mochila:
sem guarda-chuva, sem óculos extras, sem casaco, sem lenço, sem papel higiênico
de emergência...
O professor sempre jovem não
acreditava que a chuva era para ele, que a garoa naquele momento cairia somente
nele, ele se escondia como criança pela rua, afinal de contas carregar
guarda-chuva é coisa de gente velhíssima e “a consciência nos torna covarde”.
A ignorância é uma benção,
pois ter consciência é assumir que a vida tem riscos, ou seja, quanto mais se
sabe do mundo menos se faz, menos se comemora...
No dia 31 de dezembro, o
professor sempre jovem gritava feliz ano novo e vibrava com a expectativa de
novos tempos, a festa não será menor porque lá vem um ano velho, um ano próximo
da morte, um ano com menos amigos pela distancia ou pelo simples ato de não
acordar...
Ser jovem é viver bem e ser
velho é esmorecer...
Jorge
Barboza
Escritor
e Colunista Social
segunda-feira, 20 de março de 2017
Detetive
Será que tudo vai dar certo
ou será um prelúdio?
Revisou suas memórias como
se revira as gavetas da cômoda ou as partes do guarda-roupas, foi tirando:
velhos joguetes, fotos novas, textos gastos, palavras não usuais, números
esquecidos da agenda telefônica...
Não encontrou o que queria,
o suor corria fortemente, espontaneamente os olhos ardiam, as mão tremiam um
quase descontrole, o coração estava descompassado...
Ele começa a refletir sobre
o passado profundo, escuro e úmido. Uma tela se projetava no cérebro com nuvens
espessas, uma neblina forte, firme e intensa cercava tudo soltando cochichos,
sons inaudíveis, sons adiados, dores curtas com agulhas...
Algo menos veloz tinha sido
acionado na alma como uma alavanca de máquina caça-níqueis: esperar era saber
sua verdade.
A verdade por mais dolosa,
pois não tinha intenção de matar seu procurador, era muitas vezes uma condição
do ser detetive atrás de: informações constantes, ultrajes, notícias de
parentes longínquos, velhos amigos, novos empregos, boas namoradas, inevitáveis
cobranças, pequenos empréstimos, inevitáveis cobranças, constrangimentos,
deliciosas ajudas, prazeres fugazes, folhas caídas, flores colhidas, cheirosas
frutas, doces venenos, sábias armadilhas, terríveis promessas, descasos,
encontros, poucos ganhos, muitos gastos...
Enfim o sol surgiu na mente
do detetive, iluminando tudo e mostrando um baú anônimo.
Na mão esquerda havia uma
chave com o nome Pandora. A chama dada ao homem do mito por Prometeu se apagará
e um enjoo forte fez a cabeça do detetive doer intensamente e intencionalmente
como se algo agora pudesse fugir do controle na mente vazia.
O baú tinha seu cadeado
aberto e sua chave caiu em ponto do cérebro, desapareceu completamente,
enquanto a luz vacilava com as dúvidas sobre a verdade...
Uma chuva fina que se
insinuava a noite toda começou redobrar-lhes a consciência, foi necessário um
piscar de olhos e tudo foi deixado no lugar no labirinto íntimo, a mente está
organizada por hora. A lógica resolver os fatos apesar da verdade parecer uma
coisa conhecida pelo procurador: o detetive tinha que seguir as circunstâncias,
analisar os fatos e denunciar seu passado e seguir em frente para concluir sua
verdade antes que alguém não o redimindo o fizesse.
Jorge
Barboza
Escritor
e Colunista Social
sexta-feira, 10 de março de 2017
Monóculos
Recentemente tomando café da
tarde com minha amiga Nana, depois de um delicioso churrasco gaúcho,
tradicional em sua casa, surgiu sua pequerrucha com vocábulos divertidos:
“Molango”!
Eu não sei por que surgiu o
papo do monóculos, acho que a pequena com seus cabelos dourados se atrapalhou
falando da mana, com a mana ou para mana. E para brincar com ela falei o
seguinte: “Quando se tem um olho se usa um monóculos, quando se têm dois olhos
se usa um binóculos, quando se têm três olhos se usa trinóculos, quando se têm
quatro olhos se usa um quadronóculos, e quando se têm cinco olhos se usa um
pentanóculos”.
– É de molango? – perguntou à
pequena.
Nessa linha de raciocínio
que todos riam, surgiu-me uma questão profunda sobre os inimigos do homem aranha:
“Porque octopolus não era chamado de lula ou polvo”?
– É Octopus – corrigiu-me
Nana sorridente.
– Essas palavras que vem do
francês sempre me trazem confusão, têm coisas que não saem direito da boca da
gente – inteirei fazendo gracinha.
Depois disso veio à história
da framboesa que é um tipo de amora. Goiaba, pitanga e por fim o picolé de
picanha.
A pequerrucha não sabia o
que era uma pitanga e, consequentemente, sua cor. Lembrei-me de minha infância,
onde na casa de minha vizinha colhia dessas frutinhas vermelhas doces como mel.
Alguns anos depois aprendi que subindo em direção à Bahia passando por Minas
Gerais, existem pitangas nas cores amarelas e roxas.
Recentemente nas ruas de
Santo André tenho encontrado muitas pitangas vermelhas azedas como acerolas,
ainda lembro como as frutinhas eram na minha infância também, as coisas mudam,
mas as memórias não.
Jorge Barboza
Escritor
e Colunista Social
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