Gosto
muito de ouvir crianças de história, ou melhor dizendo, ouvir história de crianças. Fazer ou responder perguntas aos
pequenos sempre traz muita alegria e graça a vida...
Eu
não me recordo quando foi que ouvi essa história do golfinho, nem sei como
surgiu na escola que trabalhava, acredito que falávamos de piratas, de navios e
de mares, dos sete mares...
Esta
expressão épica, os sete mares, aparece em diversos povos e diferentes épocas,
como os gregos que os consideravam compostos pelo: o Adriático; o Arábico; o Cáspio;
o Egeu; o Mediterrâneo; o Negro; o Vermelho. Outrossim, entendiam os setes mares
como os setes oceanos, ou seja: Oceano Antártico; Oceano Ártico; Oceano Atlântico
Norte; Oceano Atlântico Sul; Oceano Indico; Oceano Pacifico Norte; Oceano
Pacifico Sul.
Identifico-me muito que essa
última explicação vinda dos primeiros europeus ao chegarem a América do Norte para
colonização de povoamento...
Estava eu explicando porque
se fala de sete mares até hoje, uma ideia antiga, de povo bárbaro que engatinhavam
pela ciência moderna e que se locomovia rapidamente de barco...
Uma
jovem de seus 7 anos, cabelos presos em chuquinhas coloridas, três para ser
mais exato, disse alegremente:
–
O Golfinho é filho da Baleia com o Tubarão...
Eu
sempre fico na dúvida se a menina usou de esperteza para mudar de assunto, ou
de traquinagem, para dizer que a conversa estava cansativa...
–
Como assim? – retruquei sem pestanejar nem ralear como a criança.
–
O Golfinho é meio retardo por isso, vive rindo à toa como o pai, o tubarão, e
vive aos pulos nas ondas como a mãe para aparecer, a baleia...
No
fundo, eu sempre achei os golfinhos alegres de mais, de inteligência
diferenciada que não os desqualifica em nada, mas se de fato um golfinho fosse o
resultado de uma gestação mal sucedida entre a baleia e o tubarão não seria ele
a pior espécie dos sete mares. Só me preocuparia com que seria os pais da água
viva e da enguia elétrica na difícil missão de educar seus filhos para não
queimar nem dar choques nos coleguinhas de natação livre...
Jorge
Barboza
Escritor
e Colunista Social